Corro demais

Ontem eu tomei chuva
Hoje me descabelei
Ri pra ele que dançava sozinho
E amanhã bebi até ter vontade de correr
Que o tempo corre de mim
E eu corro pra rua
Que ele corre para mim
E eu corro pra noite
Ontem eu fugi de casa
Amanhã fujo de mim
Hoje eu cantei sozinha pra lua
Hoje ainda canto pra você
Mas o tempo corre de mim
Eu corro pra fazer tudo
Corro pra rua, pra lua
E ele corre pra mim
Mas nem que amanhã eu me esconda
Nem que daqui a um mês ainda esteja aqui
Nem que me mude outras dez vezes
Posso até voltar pra ti
Mas o que é do tempo corre com ele
E eu corro pra rua
Corro pra ver a lua
Corro com ele


"Corro demais só prá te ver, meu bem..."

Vivendo o impagável

Quem paga o destino dos sonhadores que se cruzam?
E os melhores diálogos dos últimos tempos?
O passeio, a música, a vista. Impagáveis.
A companhia que a cidade faz a todos aqueles que perdidos procuram por sempre mais do novo (nunca do mesmo), não tem explicação.
Impagável sejam sempre nossos dias.


E agora já que tenho companhia talvez veja outro filme... - Marisa Monte

Deixa que eu aproveito

Deixa-me o espaço que gosto e desgosto

Deixa-me o tempo que aproveito e rejeito

Deixa-me a distância que viajo e conheço

Deixa-me a vida

Que dela eu sei bem cuidar

Saudade

"A gente (eu) pensa que uma semana, duas ou três é um tempo tão pequeno... mas é incrível a falta que certos momentos, ações e pessoas nos fazem em um período tão curto."
By Lucas Muniz, desta vez sem desenhos, em seu blog. 


Uma semana é muito tempo. E tempo é muito relativo.


*Uma semana de São Paulo e um blog novo: http://sampameu.blogspot.com/

Dele

Ele veio

Olhou-me daquele jeito que condena

Não preciso de suas palavras

Olhou-me como quem queria manter-me mais perto

Não precisava

Mas ainda assim repetiu: 

"Por que só agora?

Vou sentir sua falta."

 Eu já sinto a dele.

(Escrito às quase seis da manhã do dia 20 de outubro de 2010)

Deixando BSB

O que me dói não é lembrar-me do que vivi aqui.

É pensar no que deixo de viver.

(Brasilia, 18 de outubro de 2010, 22h58)

Brasília

Preocupei-me tanto em xingar esta cidade que nem percebi o quanto as folhas caíram das árvores do outono para o inverno, que nem vi as fontes luminosas funcionando, que nem me toquei o quanto esse clima seco favorece o meu cabelo.
.

Já xinguei tanto que assustei quando comecei a enxergar o colorido dos ipês que anunciavlam a proximidade da primavera.
.

Resisti tanto que demorei a perceber o quanto é bonito o contraste do branco da arquitetura com o céu limpo e azul.
.

Alguns anos foram necessários para sentir a energia que pulsa entre os eixos e estradas-parque. Assim como demorou a vontade de freqüentar tantas feiras espalhadas e as agrupadas festas no campus.
.

Foi tanto tempo resistindo que quase passou despercebido quão verde se tornam os caminhos depois da primeira chuva em meses.
.

O tempo escorreu assim sem que tanto eu o sentisse que também não percebi quanto do diferente a cidade abraça,
que me abraçou
e que,
sem querer,
agora
me solta.

(escrito em 16/out/2010)

Meu diálogo de um dia aí

_ Poxa, que difícil falar com você hoje...

_ É?

_ É sim! Você tá bem?

_ Tô.

_ Saiu ontem?

_ Não.

_ O que você está fazendo?

_ Tava aqui lendo.

_ E vai fazer alguma coisa mais tarde?

_ Por que tanta pergunta?

_ Por nada.

_ Ah...

_ Posso passar pra te ver?

_ Não.

_ Vai ficar estudando?

_ Não.

_ O que vai fazer então?

_ Deixa disso... é melhor.

_ Mas então eu não posso passar pra te ver?

_ Não.

_ Hum...

(silêncio por quinze segundos)

_ Posso perguntar por que não?

_ Pode.

(silêncio por oito segundos)

_ Então, por que não?

_ Porque eu vou estar com outro.

_ Como?

_ Acabou pra gente.

Para você

Para você não escrevo
Para você não telefono
Não mando mensagens carinhosas
nem espero a tarde toda

Não quero expectativas,
quero surpresas

Não quero idealizações,
quero realidade

Quero você de verdade

Perfect together

Always expecting
the extra mile...
What is the fucking problem
with you, girl?
There is no man good enought
for you,
is it true?
What the hell are you
looking for?
The prince does not exist.
Your prince,
like you idealize
(as you aways do
with everything)
does not exist.
Could you please,
once,
live what is around you?
Girl,
are you seeing me here?
Yes,
of course you are.
But not the way I know
you can see me,
not the way
that can make us the perfect ones.
Perfect together.
So,
did you already leave
those ridiculous ideas about love?
My little girl...
It does exist.
I am here
because of it.
I love you.

Estatísticas

Inspirada pelo blog mais pop dos últimos tempos,  resolvi dar uma olhada nas estatísticas desse meu espaço de devaneios. Considerando o tempo de existência deste aqui, a popularidade passa looooonge daquele que é escrito do outro lado do mundo.

Mesmo assim, achei fantástico e curioso saber que tem gente que lê as desventuras além das fronteiras do meu Brasil.

As palavras deste blog são lidas também nos Estados Unidos, em Cingapura (marida!), no México, na Rússia (!!! – e é entendido?), na Argentina, na Bélgica e na Alemanha.

Agradeço todos e comentem também! Adoro quando sei que tem mais gente que pensa e sente como eu!

;-)

De repente

De onde vem e por que esta tão repentina vontade de te ver?

"De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente"
(O primeiro soneto que li, por Vinicius de Moraes)

Expectativas...

Ai chegam e me perguntam:

"-E o que você esperava?"

Sabe, eu sempre ficava sem resposta para esse tipo de pergunta.. até que por esses últimos tempos, eu resolvi arriscar e esperar algo de tudo quanto era coisa e gente, desesperadamente.
Foi então que eu consegui me recordar do "porque" para não criar expectativas sobre nada..
Odeio depositar expectativas. Elas só exitem para alimentar o descrédito das boas coisas do mundo e piorar as que já não são lá essas coisas.
(Diretamente do WC ) 



Então não espero nada além do que depende de mim.

Sonho meu, sonho do Chico

"O sonho é meu e eu sonho que deve ter alamedas verdes, a cidade dos meus amores. E, quem dera, os moradores, e o prefeito e os varredores fossem somente crianças." Chico Buarque

"Porque eu gosto de sonhar e o sonho é meu. Eu que crio, eu que reinvento a cada segundo e eu que faço dele minha realidade." Thayne Garcia

precisa-se de aulas de inglês

Depois de let it go sempre aparece alguém pra let it flow.

Foi um bom weekend!

Verdades que aceito

"To let go is not to deny,
but to accept."

[como sempre, muito agradecida à minha sábia marida]

 .

Quantas vezes cansei de você?

Com certeza menos que as vezes que enjoei das minhas barrinhas de cereais.
Mas acho que quis te trocar mais que o papel de parede do meu computador.
Talvez tanto quanto eu mudei meu cabelo.

Mas você continua aqui...

(escrito em 18/ago/2010. Hj tem menos de vc.)   

Tudo faz tanto tempo...

Enquanto coloco de novo em ordem minha cabeça e minha vida que atordoaste nas últimas semanas, descubro em muitos outros que esta confusão é ainda mais comum...

"Ainda vou encontrar um defeito em você"
Enquanto procuras pelo defeito, devias estar se esbaldando, se deliciando, se lambuzando com as poucas qualidades que tenho,  figura cheia de falhas, cheia de problemas que nao serão resolvidos nesse caminho. Enquanto procuravas por defeitos eu estava esquecendo os seus e me entregando à cores novas, à cheiros, carinhos, calores novos, diferentes. Enquanto procuras ainda hoje, agora, nesse momento, por defeitos em mim, eu estou te imaginando, agora, hoje, nesse momento, enquanto durmo, enquanto trabalho, estou te imaginando já com saudades, nao pelo que és, mas pelo que foste

Originalmente publicado no blog Tudo faz tanto tempo.

Arrependimento

Arrependo-me daquele dia que saímos para almoçar.
Arrependo-me daquela festa.
Arrependo-me de ter te dado meu número de telefone.
Arrependo-me de aceitar tua carona.
Arrependo-me do jantar que te fiz e da surpresa.
Arrependo-me de todo o cuidado e carinho.
Arrependo-me de muita coisa, menos de uma.
Não pude evitar.
Não me arrependo de ter-me apaixonado por ti.

...

Está tão vazio

Meu quarto, minha casa, eu

Essa noite foi tudo tão perfeito e completo

De manhã ficou assim: vazio

Sonhei com você essa noite...

Medo

-Pra mim você tem medo.
-O quê? Medo de quê, chatinha?
-Olha só você... Agora a pouco tinha me chamado de "linda" e na menor ameaça que sente, já me chamou de "chatinha". Você é todo galanteador. Mas, cara, seu escudo é pior que o meu. Você tem medo.
-Ah,pára com isso... Você está falando que eu tenho medo de você?!
-De mim e de qualquer mulher que ultrapasse a sua linha imaginária de intimidade permitida. Você nunca me deixou te conhecer um pouco mais pra eu nunca saber o que te deixou assim, com medo.
Ele riu, puxou-a pela cintura e lhe deu um beijo. Sem medo.

.

Sem título ainda

      O céu estava rosado ao horizonte, como fica nas noites em que as nuvens indicam que a chuva se arma. Mas não viria chuva. Havia estrelas demais aquela noite para que existisse chuva. Estava rosado, mas sem nuvens. A lua estava fraca, faltava-lhe luz, diferentemente das noites de lua cheia que se encerraram durante a semana.

      Isabela brincava com o copo em suas mãos olhando o quadro pintado à sua frente. Esvaziou a água do copo tão distraída com a paisagem da noite que se esqueceu de repousá-lo. Olhava os tons e as formas do céu que até se esquecera do frio que lhe arrepiava. Isabela percebeu que as estrelas poderiam ser como pontos que se ligam e, assim, fariam o contorno que ela quisesse.

      Contornando a beira do copo com a ponta dos dedos, ela mordeu o lábio e fechou os olhos na lembrança de Henrique que acabara de surgir. Mesmo que o nome ainda lhe provocasse um suspiro, mesmo que seu estômago se agitasse com o pensamento nele, mesmo que as lembranças boas superassem todo o resto, ela tinha a certeza: acabou.

      Isabela não falava nada. Angustiada, Larissa lhe tirou o copo das mãos e resmungou:

      _ Eu não tinha nada que ter te contado. Pelo menos não hoje.

      Balançando levemente a cabeça, Isabela levantou os olhos e respondeu em tom sereno:

      _Eu já esperava. O dia pouco importa. Eu esperava... – e fechando novamente os olhos, acrescentou – Mas também desejava que estivesse errada.

      E quando olhou novamente para Larissa, do seu olho direito escorreu a primeira lágrima. Os braços da amiga rapidamente a envolveram, e Isabela recebeu um afago nos cabelos. O choro, então, não foi mais contido. Não era um choro desesperado, muito menos ruidoso. Tomando fôlego, Isabela chorava uma mescla de vazio e alívio, consciente e buscando forças. Tinha acabado.

Investindo na prosa.. ;-)

. 

"Você tem a mim"

Sua música ainda é sua.

Meu suspiro ainda é seu.

Ninguém ainda conseguiu roubar

O coração acelerado, o sonho, nem o desejo

Estão todos aqui bem guardados,

Ainda são todos seus.

Bem guardados, mais maduros:

Você, eu e os planos.

“Já falei tantas vezes/do verde nos teus olhos...”



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Muda, vai...

Bom mesmo é mudar. Mudar de estação, mudar de cidade. Mudar, nem que seja, os móveis do quarto. Mudar o cabelo, ou, pelo menos, a cor das unhas. Mudar o trabalho, mudar o estilo e o destino.

Verdade... aquela meia dúzia de amigos pra toda hora não mudou. E você também não.

Não mudou minha lembrança, não mudou meu desejo nem mudou que é (para mim).



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Mais uma semaninha e acho que o blog volta.

Cabeça esvaziada nas férias. Dos problemas, da mono, da inspiração latente. Blog tb entrou de férias...
Cabeça começando a lotar na primeira semana de volta pro trabalho. Semana que vem volta a mono. Adivinha?
Mais uma semaninha e acho que o blog volta.
 
Algumas pessoas parecem não se contentar em me deixar seguir desligada.. Atazana-me e escreverei de novo de ti...



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Muito pouco

Você me enganou. Fez-me acreditar que era um bom rapaz, mas que na primeira que pôde deixou-me sozinha acreditando.
Você abusou. Da boa vontade, da confiança, do carinho.
Você desfez a boa imagem, o gosto e o querer bem.
Não se faz coisa assim...

Muito pra mim é tão pouco, e pouco eu não quero mais.

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O que fica depois

Depois de perder o ar em um tempo parado, respirar apenas todos os dias não faz diferença...

Depois de perder a noite para olhar quem dorme, dormindo ou com insônia as noites são todas iguais.

Se uma vez apenas atravessei a cidade por 5 minutos de companhia ou 5 horas de viagem por uma manhã, hoje qualquer trajeto é... comum.

Se só a voz não foi suficiente ou a presença foi tanto quanto mais desejável, não há mais "junto" que seja tão perto.

Depois de querer assim, não existe uma só vontade que não possa ser ignorada.

Depois de se apaixonar com corpo, alma, inconsciência e injuízo, uma vez na vida que seja, qualquer coisa falta uma coisa.

Quero outro

Eu não quero você que vi na semana passada

Eu não quero você que está todo dia comigo

Eu não quero você que era tudo o que eu queria

Eu não quero você que é para casar

Eu não quero você, tão meu amigo

Eu não quero você, todo meu desejo

Eu não quero você que é para sempre o mais bonito que já vi

Eu não quero você que me faz tanto rir

Eu não quero você que eu conheço tanto

Questão de percepção

Impressões e percepções mudam tanto...
Ou sou eu que mudo tanto que nem percebo?
Meu cotidiano e minha rotina são instabilidade e questonamentos. 

"Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante."

.

O que me faz te querer?

O que me faz te querer?

Pra olhar, você não é bonito.

Pra conversar, nossos assuntos não se encontram.

Pra sentir, nem me causa o frio na barriga.

O beijo, ah, o beijo! Esse sim!

Mas é o suficiente pra eu te querer?

O beijo e o que vem depois. Só assim é que a gente se entende.

O que vai fazer hoje à noite?

.

Horas vagas?

Perdi as 500 milhas, não assisti o jogo do meu time, quem ganhou a Fórmula 1?
Meu tênis está sujo desde o Carnaval, tenho roupas para lavar e para passar e nem fiz almoço de domingo.

Não estou com tudo em dia na faculdade, tampouco com meu sono e há meses não vejo minha família.

E cadê as horas vagas dos meus dias?

Assim escrevo

Poesia
Que não é ensaiada
Menos pensante que inquieta
Que te encontrei outro dia
E mesmo que cansada
A tal cabeça flerta

Entrelinhas de um poema
Que ameaça pra uma prosa
A prosa que teve comigo
O poema que vivemos
Que sentimos, que queremos

Palavras inesperadas...
Como escorrem por entre meus dedos estas assanhadas!
Como pulam boca afora não acanhadas!

Em prosa, poema, poesia
Mais que escrever, vem ser?

 .