quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Vinte e poucos anos

É normal uma certa nostalgia pós-aniversário?
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Ainda me assusto quando alguém me pergunta no meio da tarde: “Mas Thayne, está tudo bem? Aconteceu alguma coisa?”
A resposta pronta: “Não! Só cansaço mesmo...”
Não é uma total mentira. Talvez fosse mais forte se conseguisse mentir, mas não sei. Por isso a minha resposta batida não convence a ninguém.

Acontece alguma coisa. Acontece todos os dias. Chama-se saudade.
Respiro fundo e arranco do fundo forças para terminar o dia. O seguinte vai ser melhor. Tem que ser.

Onde mais tem tanta saudade? Onde mais posso colocar minha saudade? No meu coração já não cabe mais. Tanta gente que está longe, que passou, que marcou, que insiste em ser presente. Como eu sinto falta...
Posso estar nervosa, posso ter o mundo caindo sobre mim, todo o peso insuportável do mundo de gente grande nas minhas costas. É a vida. E fui eu que a escolhi assim e sou feliz com as minhas escolhas. Mas há dias tão difíceis...
Sem desmerecer nenhuma das maravilhosas pessoas que estão comigo todos os dias (e que são as pessoas que salvam muitos destes dias), os dias difíceis só são difíceis pelo que me falta.
Cada um tem sua individualidade que me falta em um dia peculiar.
Na loucura desta cidade pela qual sou apaixonada, a primeira conclusão dos meus vinte e quatro anos é que não preciso tanto de pantoprazol, nem de flunarizina. Não preciso de ioga. Não preciso de psicólogo. Não preciso nem de uma montanha de dinheiro.
Preciso dos meus amigos.

Queria ter a sorte de ter todos os dias, todos os meus amigos por perto.
Àqueles que já me fizeram tanto rir, àqueles que me escutaram chorar, àqueles me agüentaram ligando bêbada na madrugada, àqueles que me ligaram bêbados na madrugada, àqueles com quem andei muito, àqueles com quem fiquei parada sem fazer nada, àqueles com quem já discuti e magoei, àqueles que eu já disse que amava ou nunca o disse, àqueles que me desejaram os parabéns e felicidades ontem e o continuam a fazer por todos os dias da minha vida, assim como eu desejo a eles: muito obrigada e estou com saudades.

domingo, 4 de setembro de 2011

They try to make me go to rehab, but I say no, no, no...



Quando abri meus olhos hoje pela manhã e olhei o relógio pensei, como em muitos outros domingos, “por que tão cedo?”
Sem me mover muito, ainda enrolada nas minhas cobertas de um dia frio de São Paulo, senti a cabeça pesar.
Depois de alguns minutos, sem forças para levantar, senti meu estômago reclamar.

Precisava tomar um banho, comer. Talvez um café bem forte e quente me ajudaria a reagir.
Vi-me repetir mais uma vez: nunca mais.
Procurei perto de mim um copo d’água.

Procurei por você.

Como sempre, não achei que mais uma dose me faria mal. Mas hoje estou um caco.
Estava há tanto tempo sem você que havia me esquecido como me embriago fácil.






Mais uma dose? é claro que eu estou afim. 
A noite nunca tem fim. 
Por que a gente é assim?